De 23 a 27 de novembro ocorre o Matfest, semana de festividades e exposições de trabalhos acadêmicos do ensino da Matemática. O evento é o maior canal de divulgação da Matemática em Alagoas e recebeu o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), através do edital de auxílio à organização de eventos científicos.
No ano de 2015, o Matfest conta com uma programação variada, presenteando o público com palestras, debates, mesas redondas e exposições de cerca de 170 alunos de escolas públicas e privadas, que são beneficiados no projeto de extensão dos acadêmicos do curso de Matemática. Os estudantes, do nível fundamental e médio, irão expor seus trabalhos na terça e quinta. Destes, serão premiados os três melhores em cada instância.
A semana conta com uma programação substancial. Enquanto no Instituto de Matemática funcionam atividades de ensino desenvolvidas com alunos de licenciatura em escolas, no Laboratório de Computação Científica e Visualização (LCCV) são expostos trabalhos acadêmicos de iniciação científica, executados a partir do exercício da pesquisa. O evento é promovido pelos professores do Instituto de Matemática da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), sob a direção do professor Isnaldo Barbosa, que promove todos os anos a Matfest, desde 2004.
“A ideia é aproximar o Instituto Matemática da sociedade Alagoana, para que ela aproveite o crescimento da qualidade da matemática no estado. Desejamos trazer outros alunos para o curso de Matemática a partir desse primeiro contato, para que eles despertem para essa ciência e queiram participar”, frisou o professor Isnaldo Barbosa.
Entre as escolas que participam da semana levando alunos a apresentarem trabalhos realizados em conjunto com o curso, esteve presente o Centro Educacional Cyro Accioly. Especializado no atendimento de pessoas com deficiência visual, o Centro atende alunos sem restrição de idades, e complementa as atividades escolares.
“É muito interessante nós participarmos desse projeto, para que as pessoas reconheçam como conseguimos lidar com a Matemática e os recursos de acessibilidade. Mostrar o uso do braille e soroban é importante, é uma experiência incrível principalmente para mim, que estou apresentando pela primeira vez”, explicou Jociara de 17 anos, aluna do Centro Educacional Cyro Accioly, que deseja ser psicopedagoga.
Na feira, os estudantes deficientes visuais aplicaram o estudo da matemática de forma assistida, expondo na mesa as dificuldades e experiências vivenciadas com o uso da Matemática no cotidiano. Foi apresentada a utilização de aparatos especializados para auxiliar na aprendizagem, como o soroban, para cálculos matemáticos e o braile, para a escrita. Por fim, foram colocados os objetos necessários à locomoção e vivência em sociedade, como a bengala e o piso tátil.
“O soroban funciona como o nosso papel e lápis nos cálculos matemáticos. Nos ajuda a não esquecer os números na realização de contas e nós podemos levá-lo para as provas, como no Exame Nacional do Ensino Médio e em concursos”, alegou Lucas Mateus de 17 anos, aluno do Centro Educacional Cyro Accioly, que pretende prestar o Enem para Direito.
“Na Matfest a gente aprende e ensina, nós entramos com informações e saímos com muito mais nessa troca. Mostrar as noções de acessibilidade é fundamental para que o público conheça mais e saiba como se relacionar com a gente”, disse Alex Liberal de 17 anos, aluno do Centro Educacional Cyro Accioly, que quer cursar Cinema.
Ao todo 57 trabalhos foram submetidos para as exposições, destes 47 foram selecionados para apresentação no LCCV. A premiação será realizada nesta quinta (26), no auditório da reitoria da Ufal as 19h, contemplando os três melhores projetos do ensino fundamental e os três melhores do ensino médio.