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Fapeal recebe empresários inovadores

Encontro promovido pelo Tecnova apresentou projetos à nova gestão da Fundação e da Secti

“A Academia ainda acha difícil entender o mercado, mas a Fapeal deve servir de plataforma para viabilizar essa conexão de competências”  -- João Vicente Lima, Diretor Científico da Fapeal
Juliana Khalili, Coordenadora de Projetos Especiais da Fapeal (Foto: Tárcila Cabral)

Muito se fala em inovação, mas nem sempre está claro para todos que ela só acontece quando um dado desenvolvimento tecnológico é transformado numa solução de mercado. A ideia precisa virar um produto ou serviço disponível na prateleira para se considerar inovadora. Como parte de sua missão, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) vem apoiando o desenvolvimento de um ambiente propício a negócios inovadores.

Em 2014, foram selecionadas 13 micro e pequenas empresas de Alagoas, por meio de edital do programa Tecnova, para receber recursos de subvenção econômica (não reembolsáveis) entre R$ 238 mil e R$ 499 mil, a serem investidos no desenvolvimento de processos e produtos inovadores, mediante apresentação de projeto. A iniciativa é fruto de um convênio do Governo do Estado, por meio da Fapeal, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Nesta terça-feira (10/3), a Fapeal recebeu as empresas selecionadas para apresentarem a evolução dos projetos aos novos gestores da Fundação e da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti). Cada empresário teve a oportunidade de falar sobre o contexto do seu negócio e de suas características inovadoras, além de mostrar os avanços viabilizados especificamente pelos recursos do Tecnova.

Segundo o presidente da Fapeal, Fábio Guedes, “o Tecnova é um programa estratégico para o Governo de Alagoas e para o Estado, pois é uma forma de aumentar o investimento em inovação”.

Modelo de negócios voltado à inovação

De acordo com o Secretário de C,T&I, Pablo Viana, os modelos tradicionais de formação e cadeias produtivas no estado não têm sido suficientes para responder às necessidades de longa data e aos desafios dos tempos atuais. “É por isso que a inovação é tão necessária”, diz.

A experiência do Tecnova está elevando a outro patamar a atuação de vários empresários locais. As empresas começam promovendo estudos sobre suas áreas de atuação e o resultado é um mapeamento das oportunidades para inovação no Estado.

Mesmo quando produtos e serviços desenvolvidos por essas empresas já existem fora do mercado alagoano, seu modelo de negócio voltado à inovação promove agregação de valor pelo aproveitamento sustentável de matérias-primas nativas e customização de serviços de acordo com a realidade de cada cliente, no caso das empresas da área de tecnologia da informação e comunicação (TICs).

As empresas beneficiadas pelo Tecnova AL, pela própria natureza dos produtos em desenvolvimento, estão incorporando em seu modelo de negócios as tendências globais no mercado de inovação. Sustentabilidade, responsabilidade social, viabilidade ecológica, geração de patentes e versões mobile estão entre os requisitos perseguidos e atendidos na maioria dos projetos apresentados.

Interação Mercado-Universidade

De acordo com o Diretor Científico da Fapeal, João Vicente Lima, a Instituição está dando início à prospecção de tendências nacionais em inovação, pensando no passo seguinte ao Tecnova. “A Academia ainda acha difícil entender o mercado, mas a Fapeal deve servir de plataforma para viabilizar essa conexão de competências”, avalia.

O professor Ticiano Gomes do Nascimento concorda. Há dez anos, ele desenvolve bioprodutos no Departamento de Enfermagem e Farmácia da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), e há pelo menos cinco colabora com a Apícola Fernão Velho, uma das contempladas no Tecnova. Para ele, é “um orgulho e ao mesmo tempo um desafio desenvolver produtos para o mercado que, num modelo não inovador, ficariam limitados às prateleiras do laboratório”, afirma.

O pesquisador pontua também que todo o processo forma, ainda, um nicho de colaboração, que envolve a interação dos produtores do conhecimento científico com outros profissionais e outras empresas. No entanto, alerta que ainda falta às empresas locais recursos humanos qualificados para acelerar esses processos. “Os gestores precisam entender que as empresas ainda têm essa necessidade de formação em seus quadros”.

Na ocasião, representantes do Sebrae também ofereceram o apoio da instituição aos participantes do Tecnova-AL, com o suporte de seu portfólio de produtos. “O potencial de inovação de algumas empresas é muito alto, mas elas precisam amadurecer as práticas de gestão”, observa Sandra Vilela, gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae AL. “Estamos aqui para levar seus produtos ao mercado”, garante Agnaldo Dantas, do Sebrae nacional.