Debates acerca de doenças emocionais são feitos no mês de janeiro, promovendo desmistificação do tema
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) participou, nesta quinta-feira (25), de uma iniciativa de apoio ao Janeiro Branco. O projeto procura pautar atividades ligadas ao debate sobre doenças emocionais, que atualmente ocupam a 5ª posição no ranking das dez principais causas de incapacidade, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A reflexão chegou a Alagoas em 2017 e foi oficializada nesta quarta (24), por meio de decreto do governador Renan Filho, que inclui o Janeiro Branco no calendário oficial de eventos do Estado de Alagoas, como mês dedicado à realização de campanhas e ações educativas para a difusão da importância da prevenção da saúde mental.
Tendo em vista necessidade deste diálogo e espaço para ele, a Fapeal convidou a organizadora da campanha em Alagoas, Janaína Diniz, e a integrante do Conselho Regional de Psicologia (CRP-15ª Região), Nielky Nóbrega, ambas psicólogas, para introduzir o tema.
Segundo a organizadora, situações problemáticas afloram quando, por diversas vezes, as pessoas se isolam e não conseguem dialogar acerca de suas emoções. Isto acaba potencializando um sentimento que tende a permanecer.
“Nós devemos sempre buscar uma rede de apoio. É importante conversar e abrir-se para um amigo, colega, familiar, e, a depender da gravidade do caso, com um profissional da Psicologia para expor o quadro”, explica a psicóloga.
Para o diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, estimular esta argumentação é importante, principalmente quando se pensa nas construções sociais atuais, onde existem mais lares compostos por pessoas que moram sozinhas, e a tecnologia tende a ilhar os relacionamentos.
“De maneira muito objetiva, estas problemáticas condicionam nossos relacionamentos, ações interpessoais, a forma de agir e tratar as pessoas, como também o clima de nosso temperamento”, alega o gestor.
As especialistas apontam que o grande obstáculo é a exposição destas emoções, pois as pessoas normalmente guardam suas situações, com receio de serem taxadas como um indivíduo problemático ou doente, devido a um preconceito cultural. É interessante dissociar estas noções, para que o estigma social não se perpetue e aqueles que necessitam de ajuda profissional parem de sofrer em silêncio, devido à insegurança em buscar auxílio ou a um contexto societário de julgamentos e indagações.
No diálogo com os colaboradores da Fapeal, Janaína Diniz frisou, ainda, que as etapas difíceis são frequentemente anestesiadas com ajuda medicamentosa, e isto não é o mais indicado. O caminho para o crescimento é sentir estas dificuldades e crescer diante das situações conflituosas, com a finalidade de fortalecer-se internamente.
Com a realização de uma dinâmica em grupo, os colaboradores da Fapeal puderam interagir e receber orientações aplicadas pelas profissionais em relação à resolução de problemas e a importância de buscar ajuda durante o quotidiano.
A realização do Janeiro Branco na Fapeal foi mais uma iniciativa da sua Gerência de Valorização de Pessoas da Fundação, tendo em vista práticas de saúde para os colaboradores. O evento marcou a relevância de introduzir uma cultura de apoio para solidificar o bem-estar e rotina de trabalho da instituição.