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Revitalização do laboratório de destilação de álcool anima instituições

Fapeal contactou especialistas e gestores do Governo de Alagoas para delinear a reestruturação do laboratório e planejar linhas pesquisa

 

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) reuniu na última sexta, 27, pesquisadores e gestores em visita às instalações do Polo Tecnológico Agroalimentar de Arapiraca. O propósito foi analisar o laboratório de destilação alcoólica e suas possíveis competências, a partir de uma revitalização e futuras execuções de pesquisa nesta unidade, que está sendo gerenciada pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).

 

Coordenando a avaliação técnica, estiveram presentes três professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), dois de Engenharia Química, João Soletti e Sandra Vieira, e outra do curso de Química, Tatiana Balliano. Os profissionais averiguaram maquinários, espaço, fontes de água e energia, além de laboratórios anexos que podem dar suporte à facilidade.

 

O engenheiro da Ufal explicou que o ideal para a unidade será a produção de um álcool mais nobre, como o fornecido a partir de cereais. “Este laboratório possibilita a destilação a partir da mandioca, se extraindo o açúcar da raiz e transformando-o em álcool através da cepa da Saccharomyces cerevisiae”, frisou o acadêmico.

Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), a mandioca dispõe, inclusive, de um melhor desempenho do que a cana-de-açúcar. Afinal, enquanto uma tonelada de cana gera 140 kg de açúcar total recuperável (ATR) e, produz 85 litros de álcool, uma tonelada de mandioca, com 20% de amido, pode produzir 104 litros do mesmo composto.

 

Para o secretário de Estado da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, Antônio Dias Santiago, é preciso investir na revitalização da unidade e colocá-la em execução. “As potencialidades do laboratório são diversas tanto na extração de essências, bebidas, perfumaria, fármacos, o que é realizado em química fina”, alega o secretário.

Explanando o itinerário da visita, o diretor-presidente da Fapeal, Fábio Guedes, explicou que os gestores e pesquisadores devem ler o portfólio do projeto deste espaço e estudá-lo. Em seguida, a orientação é observar inicialmente o que é prioritário para se colocar em execução e analisar esse orçamento junto aos órgãos competentes.

A região também oferece matéria-prima de qualidade para a elaboração deste composto, sendo a cidade responsável pelo fornecimento de 60% da mandioca total do Estado. O material em conjunto aos anexos equipados da unidade são suficientes para garantir o controle de qualidade, frisa a química Tatiane Balliano. A professora aborda similarmente que existem no Polo outros laboratórios que asseguram os controles microbiológico e físico-químico dos parâmetros em todas as etapas de produção.

Com a reestruturação, a ordenação do laboratório deverá funcionar em etapas. A primeira seria disponibilizada através da fermentação, diferente da empregada na cana-de-açúcar, pois a mandioca oportuniza outras tecnologias. Neste método, leveduras transformam o açúcar proveniente da hidrólise do amido da mandioca em álcool, liberando gás carbônico. “É preciso analisar esta parte operacional, além dos dados técnicos, e a partir daí se produzir o álcool e observar sua qualidade para especificá-lo”, aborda a estudiosa Sandra Vieira, que vai além e aponta o controle da entrada e saída como ferramentas indispensáveis nesta etapa de execução.

Segundo a equipe, a indústria de bebidas também pode configurar uma utilização útil ao espaço, pois, na região, encontram-se os maiores alambiques artesanais do local. Portanto, outras bebidas como licores poderiam ser planejadas utilizando o centro de estudos e a região como grande colaborador e fornecedor. Além disso, sua elaboração pode unir tanto os produtores locais quanto os estudiosos das universidades que desejem dar seguimento à proposta no Polo.