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Presidente da Fapeal discute sistema científico brasileiro com Programa de Biotecnologia

O gestor abordou o contexto de financiamento à ciência brasileira em palestra para turma de doutorado da Renorbio

Marília Goulart e Fábio Guedes Gomes.

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) segue num contexto de aproximação com a academia, e o cenário escolhido desta vez foi o Seminário Inaugural 2019 do programa da Rede Nordeste de Biotecnologia (Renorbio). O tema abordado foram os parâmetros do sistema científico alagoano e brasileiro, debatidos em palestra pelo diretor-presidente do órgão, professor Fábio Guedes.

Em pauta esteve “O contexto do financiamento à ciência brasileira: dificuldades e desafios”, mas outras questões preencheram o diálogo na tarde desta quinta, (25). A turma de doutorado do programa Renorbio recebeu informações acerca do crescimento do panorama de CT&I, do arcabouço tecnológico atual no Brasil e das alternativas de se fazer ciência com os novos orçamentos.

O diretor explicou como os investimentos públicos em educação, advindos da União, estados e municípios, são fundamentais para manter operando o sistema científico brasileiro. Além disso, maiores injeções financeiras permitiriam um progresso em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), substancialmente relevante nos recursos humanos dedicados à ciência.

Atualmente países como Estados Unidos investem 18,1 trilhões de dólares na área, enquanto que o Brasil deposita R$1,8 trilhão, representando apenas 5% de seu PIB, segundo dados do gestor.

O pesquisador também analisou os números de doutores existentes em Alagoas, e afirmou que a expansão do Sistema Nacional de Pós-graduação depende do acréscimo destes recursos. “A composição dos investimentos auxiliam a desenvolver a capacidade crítica dos centros de pesquisa.

“Em Alagoas, nós direcionamos subsídios para editais específicos que ampliam e elevam o nível da pesquisa produzida em nossas universidades estaduais, mas mantendo o apoio à Universidade Federal”, frisou o gestor.

Docentes e alunos da Renorbio

Isto pode ser observado em pesquisas de impacto apoiadas pela Fapeal, como as de motilidade gastrointestinal, na produção de rações funcionais para peixes, e no desenvolvimento de fármacos e loções a partir da mandiocultura. As chamadas públicas da fundação ao longo dos últimos quatro anos foram primordiais para um crescimento atuante dos pesquisadores, descentralizando os recursos e criando novas rotas para a ciência local.

Concluindo a temática, o professor Fábio Guedes abordou o quadro de pós-graduações em Alagoas, e a evolução da produção científica brasileira em artigos e publicações. Como dica, o economista citou que mesmo com os desafios da produção brasileira hoje, a escrita de artigos científicos e o engajamento em pesquisas e revistas expressivas é a melhor alternativa para angariar investimentos e divulgações.

“O professor deve trabalhar em consonância com a universidade, mas realizar o seu trabalho enquanto pesquisador, produzindo academicamente e publicando seus trabalhos, tornando o caminho de recursos estratégico”, comentou o presidente.