Equipe de pesquisadores financiada pela Fapeal publica novo relatório e mantém acompanhamento e diagnóstico da situação
Naísia Xavier, com informações da Ascom Ufal
Em novembro de 2019, o Governo de Alagoas investiu R$200 mil, em caráter emergencial, para garantir o monitoramento de óleo no litoral do estado até 2021, devido ao acidente com petróleo venezuelano que afetou a costa de nove estados brasileiros, durante o segundo semestre do ano passado.
O recurso foi concedido a uma força-tarefa montada pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que desde então vem produzidos relatórios sobre o material encontrado, e continua monitorando a qualidade da água e pescados nas áreas afetadas.
No fim deste mês de junho, novos vestígios voltaram a ser encontrados no litoral alagoano, em pequenas quantidades, devido às ressacas mais intensas do mês, o que veio a gerar um novo relatório emergencial, disponibilizado ao público nesta semana.
O Laboratório de Sistemas de Separação e Otimização de Processos (Lassop), do Centro de Tecnologia (Ctec Ufal), e o Laboratório de Pesquisa em Química dos Produtos Naturais (LPQPN), do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB Ufal) assinam a análise de dados, que compara a situação de Maragogi em setembro de 2019 a junho de 2020, quando foi realizada a coleta mais recente.
O material é o mesmo do ano passado, mas há uma diminuição da quantidade e intensidade nos componentes encontrados, pois com a exposição ao ambiente natural, os compostos de petróleo remanescentes tendem a se degradar por meio de fenômenos como a evaporação e dissolução.
O relatório está acessível neste link.
Coletas periódicas
O relatório mais recente foi emergencial, mas a força-tarefa deve fazer as coletas para análise a cada dois meses, de acordo com o projeto que recebeu recursos da Fapeal.
A força tarefa é coordenada pelo professor Emerson Soares, doutor em Biotecnologia do Laboratório de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (Ceca Ufal). Ele explica que a importância do monitoramento ecológico a longo prazo é antever situações como essa, devido ao movimentos naturais do ambiente litorâneo afetado pelo óleo.
“O material já perdeu muitos componentes tóxicos, ou diminuiu sua intensidade. Mas é importante continuar acompanhando a situação, para ser possível avaliar a situação e manter os dados sobre a área e colaborar com as decisões políticas, para melhorar a situação das praias, dos pescadores e da comunidade”.
Saiba mais
Além dessa iniciativa, o governo de Alagoas, através da Fapeal, também está financiando pesquisa ecológica de longa duração na Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais, para garantir uma relação sustentável entre meio ambiente, comunidade e turismo.