O professor Fábio Guedes presidiu a Fapeal e o Confap, antes de assumir a Seduc de Alagoas
Naísia Xavier
O Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa completou 15 anos de existência nesta quarta-feira, 18/4. O aniversário foi comemorado através de um evento-online, com transmissão pública.
Capitaneado pelo professor Odir Delagostin, presidente da Fapergs, do Rio Grande do Sul, e do próprio Conselho, o momento contou com a fala de todos que passaram pela presidência da entidade desde a sua fundação.
Dentre eles, o professor Fábio Guedes Gomes, que assumiu a presidência da FAP de Alagoas (Fapeal) em janeiro de 2015, e também atuou como presidente do Confap de março a outubro de 2020, quando mudou de postos, assumindo a Secretaria de Estado da Educação.
Em sua fala, ele ressaltou diversos pontos do Confap, cuja “estabilidade institucional” ele avalia ser exemplar para outros conselhos. Também salientou a expertise acumulada pelo órgão, seja nas relações internacionais, seja nas parcerias em cooperações e convênios nacionais.
“A experiência no Confap nos guia para um capacidade de maior resolutividade e eficácia nas relações que construímos fora do Confap”, refletiu o professor Fábio Guedes, avaliando o impacto de presidir uma Fundação e o Conselho em sua carreira de gestor público.
Em sua fala, ele também destacou o que definiu como “prestígio” do Confap, “pela proposição de discursões fundamentais para a CTI nacional e regional: definição de pautas, agendas e políticas públicas”.
Atualmente membro do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (COnsed), o professor Fábio Guedes avalia que, apesar de o Confap não ser um dos Conselhos Nacionais que detém maior visibilidade, detém, no entanto, uma capacidade substantiva de pensar as pautas da CT&I, em razão da formação de seus conselheiros, acrescentando também como fator de relevância “que a maioria dos gestores que chega à presidência de uma fundação são escolhidos mais por critérios técnicos do que por critérios políticos”.
Relevância Nacional
O fórum do Confap, na regularidade de seus quatro encontros anuais, nos quais os Conselheiros se reúnem entre si e com as instituições parceiras, “serve de força centrípeta e de aglutinação do Conselho, para onde convergem realidades de vários estados do Brasil real, lugares onde a CT&I faz uma diferença enorme” declara o professor Fábio Guedes.
O único estado do Brasil que ainda não tem uma fundação é Roraima, porém o Confap já apoia há alguns anos a mobilização para criação da mesma, através de projeto de lei.
Significado Político
Outro ponto, destacado por diversos gestores que já passaram pela presidência do Confap, foi a construção de relações institucionais com outras entidades ativas quanto à política de Ciência, Tecnologia e Inovação no país, como a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), o Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), o Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC).
Fábio Guedes definiu como “extremamente importante” as ocasiões em que foi possível coibir as tentativas de desmonte do sistema de CT&I brasileiro, em 2020, “em razão principalmente do ICTP, que agregou ainda mais a força da comunidade científica brasileira”, avalia o professor Fábio Guedes.
O ICTP, citado por ele, é a sigla da “Iniciativa para a Ciência e Tecnologia no Parlamento – ICPT.br”, um movimento organizado da comunidade brasileira de ciência e tecnologia para atuação permanente junto aos parlamentares no Congresso Nacional e, também, em Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais, em prol do desenvolvimento científico e tecnológico do país.
Ela poderá se organizar, em futuro próximo, como uma entidade da sociedade civil. Seu objetivo geral é atuar como um instrumento de pesquisa/ação da comunidade de C&T, em interação constante com os parlamentares, com o objetivo de produzir, disseminar e discutir informações fundamentadas e relevantes, que possam influenciar nas tomadas de decisão legislativas.