NewsNotíciasRevista

Fapeal em Revista apresenta: E aí, bora ler?

Coluna apresenta dicas de leitura e livros variados para além da Ciência; vídeos são publicados mensalmente no Instagram e no YouTube

Deriky Pereira

Manoella Neves, colunista do Bora Ler

“Quantos livros você leu em 2020? Um, dois, dez ou nenhum?” Esse foi o texto que a Fapeal em Revista utilizou para divulgar uma de suas novidades para aquele ano: a coluna Bora Ler, publicada mensalmente em seu perfil do Instagram e no canal do YouTube, onde apresenta dicas de leitura e livros variados que vão para além do conteúdo científico. E quem comanda essa iniciativa é a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Manoella Neves. 

Doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com mestrado em Comunicação e Informação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Manoella, hoje docente dos cursos de jornalismo e Relações Públicas da Ufal, sempre gostou de comentar sobre os livros que lia, além de ouvir comentários de leitores, viu no Bora Ler uma chance de indicar leituras e interagir a partir delas com os internautas.

“Participar desse projeto tem sido uma experiência especial, por estar em parceria com a Fapeal e a Fapeal em Revista e por me possibilitar usar as redes digitais para convidar as pessoas a lerem, a lerem mais – inclusive eu mesma quando busco, por exemplo, autores que [ainda] não havia lido nada sobre eles”, refletiu Manoella.

Variedade literária

Comentários na coluna Bora Ler

Desde sua estreia, em março de 2021, a coluna já trouxe livros dos mais variados. O primeiro foi Olhos d’Água, de Conceição Evaristo, mas já passou por obras mais cômicas, como Trinta e Poucos, de Antônio Prata e exibiu, em setembro, um especial dedicado ao autor alagoano Lêdo Ivo, ao fazer breve apresentação de Ninho de Cobras e de poemas como O Dia Inacabado e Precauções Inúteis, por exemplo. 

Outro destaque se deu em agosto quando a coluna recomendou a leitura de Fiodor Dostoievski. “A escolha por Dostoievski se deu pelo desejo de apresentar caminhos possíveis de ler autores com obras consideradas difíceis por serem densas e volumosas. Então sugeri apresentar a iniciação da leitura deste autor, com uma curta novela. O plano é indicar outros livros e autores de forma mais possível e perto do leitor”, contou a colunista.

Em outubro, mês alusivo às crianças, o Bora Ler abriu espaço para a garotada ao convidá-los para a leitura de Ela tem Olhos de Céu, da autora Socorro Acioli e de outros três livros da Coleção Coco de Roda, produzida pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos, importante parceira da Fapeal em diversas publicações. Foram eles: Estrela Raivosa, de Guilherme Ramos; A Menina Singeleza, de Renata Baracho e O Marinheirinho do Pontal, de Maryana Damasceno – este último, inclusive, com captação de imagens feitas diretamente no bairro e respeitando todos os protocolos de segurança.

“É de criança que nos fazemos leitores. A prática da leitura estimulada desde a infância possibilita maior condição de imaginação, escrita e desenvolvimento da argumentação. E isso ocorre quando ler faz parte do cotidiano da criança e não colocado de modo imposto, mas convidativo e que faça sentido para ela”, contou Manoella Neves.

Audiência e repercussão

Desde sua estreia, a coluna Bora Ler vem alcançando bons índices de audiência e as publicações têm tido boa aceitação, especialmente no Instagram com diversos comentários feitos a cada vídeo.

Em A Cabeça do Santo, de Socorro Acioli, William Borges elogiou: “É um livro sublime. Recomendo também”, destacando a trama em torno da voz misteriosa que o livro apresenta. No mesmo livro, Danielma Reis destacou: “Amo este livro. Me identifiquei em muitas partes, mas o que achei mais legal foi a escrita super fluida e, lógico, todo mistério da estória. Virei fã da escritora”, apontou a jovem. Confira a publicação aqui.

Em O Marinheirinho do Pontal, internautas vibraram com as imagens do bairro enquanto Manoella, ao fundo, recitava trechos da saga das férias da personagem Larissa em busca de saber quem era o menino vestido de marinheiro que andava pela região. Veja como ficou clicando aqui.

Internautas falam sobre Quarto de Despejo

O público também celebrou a publicação sobre o livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, que você pode assistir neste link. O vídeo atingiu quase 3.500 visualizações no Instagram, sendo o recorde da temporada: “Amei este episódio”, celebrou a professora Márcia Costa. 

Já em O Velho e o Mar, de Ernest Hemingway, por exemplo, a bióloga Jamile Taniele comentou que estava lendo-o no momento da indicação. No especial dedicado ao alagoano Lêdo Ivo, a coluna obteve ainda um comentário de destaque: o de sua filha, Graça Ivo, que se emocionou ao ver o vídeo: “Que beleza!!! Viva meu pai!!! Obrigada”, disse ela na publicação sobre Ninho de Cobras.

A importância da leitura na vida das pessoas

Com a pandemia do novo coronavírus, uma das formas de conter a doença foi a adoção do isolamento social. Em um dia, tínhamos acesso às praias, aos shoppings, às praças e demais espaços de lazer e convivência. No outro, precisamos nos recolher e estar dentro de nossas casas – por nós e pelos outros também, conservando apenas o serviço essencial em pleno funcionamento. 

Homenagem à Lêdo Ivo

Nesta época, segmentos como arte e cultura foram bastante afetados, mas também fizeram a diferença. Dados do Kantar Ibope Media apontaram que 98% dos usuários de Internet consumiram algum conteúdo via streaming, seja de áudio ou de vídeo, enquanto que 73% afirmaram que este consumo aumentou depois do início da pandemia. 

Com livros isso não foi diferente. Pesquisa feita em parceria entre a consultoria Nielsen, o Snel e a Câmara Brasileira do Livro, mostrou que o faturamento de conteúdo digital no mercado editorial cresceu 115% entre 2016 e o fim de 2019, quando registrou receita de 103 milhões de reais graças à ampliação do consumo de conteúdo digital, como e-books e audiolivros, por exemplo, como informou a revista VEJA.

“Nossa vida está permeada pela presença da mídia digital, não apenas como tecnologia, mas também como processo social, logo a livro como um dispositivo de interação entre o autor e seu leitor também se altera. O formato digital já está aí e não há como (nem porque) recuar. O livro digital é mais um suporte para acessar a leitura”, acrescentou Manoella.

Leitura essa que sempre fez parte da vida da nossa colunista. Para ela, quem descobre o gosto por ler, aprende a ouvir e contar histórias, além de estar consigo.

Bastidores de gravação no Pontal

“Sou filha de uma professora de Língua Portuguesa e Literatura, logo os livros sempre fizeram parte da minha vida. A leitura me permitiu certa compreensão de mundo, fez parte do meu amadurecimento e da constituição de quem sou porque me possibilitou refletir sobre temas, ler diferentes versões sobre histórias reais ou de ficção, imaginar cenários, elaborar argumentos diante de uma situação em uma trama lida, me ensinou a ficar comigo mesma, a refletir e a estar em solitude, sem me sentir só”, disse Manoella Neves.

O que vem por aí

Além de A Filha Perdida, escrito por Elena Ferrante e que marcou a estreia da nova temporada, a coluna prepara dicas da literatura nonsense de Campos de Carvalho, o existencialismo da filosofia de Albert Camus, um conto de Saramago sobre a realização de um sonho.

A coluna apresentará ainda obra organizada pela professora Alessandra Marchioni com textos sobre moradia na cidade de Maceió – este, por sinal, foi um dos quase 300 livros lançados pela Fapeal em parceria com a Imprensa Oficial Graciliano Ramos e a Editora da Ufal (Edufal) na gestão do governador Renan Filho e do professor Fábio Guedes, diretor-presidente da Fundação. “São dicas que leituras que podem nos trazer boas reflexões. Quem encontrou um livro, encontrou uma companhia”, frisou Manoella Neves.

Confira os vídeos da primeira temporada da coluna Bora Ler clicando aqui. Acompanhe a nova temporada pelo Instagram e também pelo YouTube. Lembrem-se de seguir a página e inscrever-se no canal, ativando o sino para receberem as notificações.