Fábio Guedes abriu o ciclo de palestras do evento que reuniu Reitores das Universidades Estaduais e Municipais em sua 67º edição
Tárcila Cabral – texto e fotos
O 2° dia do 67° Fórum Nacional de Reitores da Associação Brasileira de Reitores das Universidades Estaduais e Municipais (Abruem), realizado nesta quinta-feira (19), contou com a palestra do presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas, Fábio Guedes, que dissertou sobre o tema “Caminhos e descaminhos na política de fomento à ciência e tecnologia no país”. O evento é promovido pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal).
O gestor iniciou sua fala abordando algumas perspectivas federais de fomento, sobretudo de importantes órgãos de auxílio, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Guedes dissertou sobre os investimentos realizados pelas instituições nos últimos 20 anos, que foram diminuídos significativamente, os repasses dos valores de fomento e o número de bolsas.
O doutor em administração citou igualmente o panorama do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), que tem tentado equilibrar os lapsos de investimentos depositados na área de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I). Ele frisou que o orçamento do FNDCT para 2022 já está disponibilizado e sem contingenciamento, a uma maior execução percentual e equalização das taxas de juros.
Fábio Guedes citou o quão importante tem sido os recursos depositados pelas Fundações de Amparo à Pesquisa (FAP), principalmente neste momento escasso para a CT&I, que vai na contramão da expansão dos cursos. Os dados levantados pelo pesquisador em sua apresentação revelaram um aumento no ingresso de estudiosos entre 2011 a 2019 de 34% no mestrado acadêmico, de 144% no mestrado profissional e de 49% no doutorado.
Mesmo assim, o cenário científico tem encontrado diversos entraves para a condução de suas atividades. Um deles foi apontado pelo presidente, quando o Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação (MCTI) solicitou crédito suplementar para o desenvolvimento de uma vacina nacional no combate a Covid-19, e teve seu pedido negado pelo Ministério da Economia.
O resultado deste panorama reflete em uma dependência administrativa dos órgãos federais de 58% por parte dos cursos de pós-graduação. Deste modo, as Faps têm criado novas estratégias e caminhos para conseguir contemplar esta gama de pesquisadores e projetos que necessitam de investimentos. Segundo Guedes, somente a Fapeal em Alagoas conseguiu captar e investir R$ 65 milhões entre os anos de 2015 e 2022, enquanto que os investimentos federais no estado somaram R$ 41,3 milhões no mesmo período.
“Como alagoanos, nos sentimos muito orgulhosos, porque estamos na oitava colocação do Brasil na contribuição das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa. Isso nos colocou no índice anual da Federação da Indústria do Estado do Ceará (FIEC), nos anos de 2020 e 2021. Além disso, Alagoas ocupa a sexta colocação nacional e a segunda no Nordeste em investimentos públicos em Ciência e Tecnologia”, frisou o doutor em administração.
Após o presidente finalizar a sua fala, a palestra foi concluída com um momento de debates, dispondo de duas rodadas de perguntas feitas pelos gestores e pesquisadores da Abruem. A programação do 67º Fórum segue em desenvolvimento num hotel de Cruz das Almas até esta sexta-feira (20), e pode ser conferida no site da Uneal.