Equipamento monitora automaticamente os níveis físico-químicos da água, entregando saneamento básico de qualidade
Tárcila Cabral
Através dessa concessão de recursos de subvenção econômica – um tipo de empréstimo sem reembolso – a Hidro Solo, empresa do setor de tratamento de água e efluentes, desenvolveu e fabricou um equipamento eletrônico que monitora automaticamente os parâmetros físico-químicos da água e controla a dosagem do coagulante e do alcalinizante nas etapas de coagulação, floculação e decantação. Esses processos constituem fases iniciais do tratamento da água, em que partículas muito pequenas são agregadas, formando flóculos, para que possam depois decantar-se.
O equipamento é fruto dos editais lançados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), com objetivo de impulsionar investimentos em inovação, visando estimular o crescimento empresarial, a geração de empregos e renda. Entre esses editais, o Tecnova II AL, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), promove o desenvolvimento e a estruturação de negócios, como a Hidro Solo,
De acordo com o engenheiro Flávio Alcântara, o produto tem como propósito garantir aos seus clientes, água segura e de boa qualidade, com um benefício adicional: a redução de custos com produtos químicos. O equipamento, segundo ele, opera para melhorar a qualidade da água ou efluentes tratados, ao tempo em que reduz e os custos operacionais, tornando a operação mais segura, automática, simples e precisa.
“Para este produto, foram realizados estudos em áreas multidisciplinares, como eletrônica, ciência da computação e saneamento. Diversos ensaios foram realizados e alguns protótipos foram produzidos e testados. Assim, existe a previsão, agora, do projeto crescer e se desdobrar em outras iniciativas”, declarou o engenheiro.
Inovação e retorno social
A proposta se mostrou inovadora especialmente no aspecto em que buscou automatizar uma etapa substancialmente importante em estações de tratamento de água, a dosagem de produtos químicos. Além disso, procura, igualmente, trazer dados em tempo real para a equipe de operação e gestão da estação de tratamento de água, de tal forma que possam tomar decisões mais embasadas e seguras.
“O protótipo vai além de uma iniciativa de cunho tecnológico. É também um projeto social, pois atendemos a cinco dos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas)”, explicou Flávio Alcântara. Ele mencionou que são alcançadas metas estipuladas pela ONU como: saúde e bem-estar (3); água potável e saneamento (6); indústria, inovação e infraestrutura (9); consumo e produção responsáveis (12) e vida na água (14).
Todos estes itens de melhor gestão no uso de produtos químicos, de tratamento para disponibilização de água a um custo inferior, de criação de um caminho sustentável e consumo responsável dos bens naturais, entre outros ganhos, são elementos que integram a prospecção de boas práticas para o futuro e que garantirão a sobrevida dos recursos disponíveis.
Investimento
O engenheiro frisou que a Fapeal e da Finep o foram fundamentais para sua empresa, investindo recursos para o equipamento e sua idealização. “A Fapeal e o Tecnova II foram decisivos para estruturarmos nosso departamento de pesquisa e desenvolvimento nesta área de eletrônica e software, pois possibilitaram a contratação da equipe e também a aquisição de alguns equipamentos”, mencionou o gestor.