Alunos de cinco empresas do estado concluíram residência de sete meses, para capacitação
Naísia Xavier – texto
João Monteiro – fotos
A Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) promoveram solenidade de entrega de certificações em indústria 4.0 para profissionais de cinco empresas do estado, na noite desta terça (14), no Centro de Inovações do Jaraguá.
Os profissionais foram indicados pelas indústrias, selecionadas em edital do Programa NE 4.0, para capacitação na Universidade de Pernambuco (UPE). Durante uma residência de sete meses, eles foram capacitados em várias disciplinas relativas à indústria 4.0, que diz respeito ao uso de tecnologias avançadas, tais como inteligência artificial e internet das coisas, para inovar e melhorar a eficiência nas diversas etapas do processo produtivo.
Para o secretário Silvio Bulhões, o Programa N.E é fruto do recente e crescente relacionamento próximo do setor da CT&I com as empresas. “O Governo de Alagoas vive um momento diferente nos últimos nove anos. Reestabeleceu a confiança da sua população e isso tem se mostrado inclusive aqui nos nossos programas”, declarou, agradecendo a confiança e a dedicação de todas as empresas participantes, no programa que caracterizou como muito atual e importante no atual cenário brasileiro:
“O que mais temos visto são ações em conjunto entre o Ministério da Indústria, Comércio e Serviços e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação no processo de reindustralização, ou processo da neoindustrialização, no Brasil como um todo”, apontou Bulhões, esclarecendo que este cenário se caracteriza por novas indústrias com base tecnológica.
“Investimento em inovação tecnológica nas indústrias é algo que o país precisa fazer para não ficar para trás no processo de economia global e isso que a gente está buscando fazer aqui, com todo esse investimento dos parceiros”, concluiu o secretário, mencionando a Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), que financia o programa.
O diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, chamou atenção para a capacidade do programa em conectar aqueles que estão sendo formados na cultura empreendedora, tecnológica e inovadora ao mundo empresarial e às necessidades do mercado. “Acho que estamos num momento muito bom para a CT&I em Alagoas e esse programa NE 4.0 veio para concluir um ano que foi excelente. Estamos batalhando para fechar 2023 com ainda mais entregas”, comemorou o gestor.
Articulação
Em Alagoas, a convite da Fapeal, o programa foi coordenado pela professora Eliana Almeida, engenheira civil e doutora em Informática, atuante também na área de gestão da inovação e propriedade intelectual para transferência de tecnologia.
Participaram as indústrias locais Bonsono, Isobloco, Hidro Solo, Apícola Fernão Velho e Curamel.
Andreia Baro, administradora e mestre em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para a Inovação, foi aluna residente pela Isobloco. A empresa atua na área de construção sustentável e fornece soluções em concreto termoacústico, buscando agregar eco eficiência, bloqueio da umidade, antimofo, leveza e redução de resíduos em seus produtos.
Ela disse que o treinamento tornou possível integrar todos os processos que eram manuais e físicos, como cálculos de tempos, movimentos e matéria prima da produção, para o digital e assim, pensar tanto na redução do desperdício quanto aumentar a produtividade, partindo de planilhas de papel para um dashboard digital, conseguindo melhorar a performance.
Ela menciona ainda que isso resolveu dificuldades de visualização de dados, com adoção de nuvem, o que otimizou o acesso, melhorando a gestão de estoque, compra, entrega, provisão e previsão de suprimentos.
“Não se tinha uma noção exata do tempo para cada processo de produção, e com esse monitoramento do processo conseguimos otimizar inclusive o layout dentro da fábrica”, contou a administradora. Para ela, a formação em Indústria 4.0 também foi um desafio:
“Nunca pensei que fosse me deparar com questões das áreas de Ciência da Computação, Tecnologia da Informação, mas isso me enriqueceu, porque abriu um leque de conhecimento e comecei a enxergar que a gestão e o desenvolvimento social e econômico passam pela tecnologia cada vez mais. Eu pensava que somente a gestão pura e simples era o que valia comigo, como profissional, e que essa área de tecnologia e industrialização não era para mim, mas eu vi que casa tudo certinho e aí, foi ótimo”, declarou a profissional.
Saiba mais
O Programa Nordeste 4.0 – Residência Tecnológica é uma iniciativa da Sudene, com o intuito de capacitar as indústrias da região para as novas tendências da economia mundial.