A Timmy, apoiada pelo edital Tecnova 2, conseguiu validar o seu modelo de negócio se tornando associada ao hall de investimentos do Grupo Woli Ventures
Tárcila Cabral
Com o cenário digital evoluindo rapidamente, a adaptação tornou-se a chave para o sucesso nos negócios. A empresa Timmy, apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), através do edital Tecnova 2, está mostrando que transformação digital deve ser o caminho do futuro.
A Timmy surgiu através da modernização digital de uma agência fundada em 1999 por um grupo de amigos aficionados por tecnologia. Quando foi criada, a startup trouxe a inovação dos websites dinâmicos, com uma equipe montando um Sistema de Gerenciamento de Conteúdo (CMS) para empresas que até então não dispunham de um domínio próprio. Porém com o tempo e o surgimento das plataformas colaborativas, o time buscou a estratégia de ir para um modelo de escala, pensando que estes negócios agora deveriam se lançar nos e-commerces e softwares de vendas, mas ainda não possuíam um planejamento de marketing.
“Os websites se tornaram uma peça importante porque eles são a casa da empresa na internet, mas para eles serem úteis de fato devem ser pensados desde como e onde se vai captar o cliente. De que forma? Então, em 2017 decidi que a gente precisava criar o Timmy”, ressaltou o CEO da Timmy, Carlos Lima.
A startup entendeu que a primeira versão produzida foi mais voltada para o planejamento do marketing tradicional, e o que era preciso naquele contexto era o datamarketing, um modelo mais ágil e moderno. Logo, para evoluir com a primeira versão do projeto foram inseridos agentes de inteligência artificial e trabalhadas ferramentas visuais na plataforma.
Atualmente o protótipo do Timmy engloba desde vários Canvas – business model, mapa da empatia, swot, MVP, brand prisma – e também post its. Lima explica que são disponibilizadas uma infinidade de ferramentas que podem ser utilizadas para se fazer um planejamento estratégico do negócio.
“Aí se desenha a jornada que a empresa vai fazer desde a descoberta até a fidelização do cliente. Além disso, nós também ofertamos um catálogo de serviços em que se poderão contratar profissionais acompanhando os seus resultados, inserindo aí igualmente fontes de dados com o analytics, ou até o Instagram”, comentou Lima, que é especialista em gestão.
Apoio da Fapeal e expectativas futuras
Para ele, a articulação com a Fapeal, via editais, foi de fundamental importância. Ele explica que sempre nutriu um relacionamento próximo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e assim foi através da instituição que o grupo teve acesso ao programa Tecnova 2. Eles inscreveram a proposta e foram aprovados ainda em 2019, pensando em construir o planejamento que tinham validado com o Mínimo Produto Viável (MVP) da primeira versão do Timmy.
Foi através do ingresso no programa que a empresa contou com um suporte financeiro relevante para o desenvolvimento da plataforma e a maneira de acompanhamento do edital também auxiliou bastante o grupo. Afinal, o programador narra, a chamada foi flexível e grande apoiadora dos ajustes de formatação do software.
O empreendedor abordou, inclusive, que a forma em que o edital está estruturado abre de fato margens para a inovação, de modo a desburocratizar os processos: “Acredito que é através de relacionamentos com ecossistemas que a gente tem uma boa chance de escalar o negócio, não somente o vendendo, mas indo de empresa em empresa. E por que é importante fazer a transformação digital de um setor? É porque junto a isso vem a educação, vem um modelo de gestão que é um formato que pouquíssimas pessoas hoje fazem, mas é uma proposta de gestão que ajusta as empresas para trabalhar na realidade atual”, frisou o especialista em gestão.
Como perspectiva futura, o profissional observa um mercado cada vez mais aquecido e precisando de soluções como o Timmy. Durante o Tecnova 2 a empresa participou de diversos eventos obtendo novas aprovações em programas, o que foi importante para dar visibilidade ao time e a permitir fechar uma parceria com uma Corporate Venture – empresa que investe fundos corporativos em startups externas – de Minas que é o Grupo Woli Venture.
“Eu aposto muito no modelo de Corporate Venture e acredito que cabe também a gente trazer um pouco desse formato pra cá, porque não têm indústrias locais se relacionando com fundos corporativos”, completou Lima.
O empreendedor finalizou mencionando que o momento na startup é de entrega, as primeiras produções desta 2ª versão estão sendo enviadas, os diálogos e estruturações com outros negócios estão caminhando e o desejo da equipe é expandir a plataforma para vários outros ecossistemas, escalando o Timmy e torná-lo cada vez mais próximo e propagável para empreendimentos inovadores.