Fap-135 foi construído em projeto do Pibic Jr., com recursos do Governo de Alagoas, e está aberto ao público, para observações astronômicas grátis
Naísia Xavier – Texto
Fotos: Acervo de Pesquisador
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) completou 34 anos nesse mês de setembro e ganhou um bom presente: Um dos telescópios destinados para observações astronômicas públicas e gratuitas no Observatório Astronômico Genival Leite Lima (OAGLL), da Secretaria de Estado da Educação, foi batizado como Fap-135.
O telescópio foi testado em 10/9, noite de uma terça-feira: “Também, tivemos o prazer de receber uma família, pai, mãe e dois filhos, que vieram para observar a Lua e Saturno. Foi uma noite especial no nosso observatório”, comenta o professor Adriano Aubert, idealizador do OAGLL e coordenador dos projetos de Iniciação Científica Júnior (Pibic Jr.) cujo recurso possibilitou a construção do instrumento.
O Pibic Jr. é um programa voltado a despertar vocações para ciência, tecnologia e economia criativa no Ensino Médio, executado na rede pública estadual e no Instituto Federal (Ifal). Os recursos são providos pelo Governo de Alagoas a partir do Programa Mais Ciência Mais Futuro, destinado às ações da Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação (Secti) e da Fapeal.
O professor Adriano Aubert explica que, no ciclo mais recente do Pibic (2023-2024), realizou dez projetos de iniciação à astronomia, com jovens pesquisadores bolsistas. Ele levou cerca de quatro meses para a aquisição das peças, incluindo-se a manufatura das partes ópticas, feita pelo especialista Sebastião Santiago, na montagem do telescópio Fap-135.
O diretor-presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, comenta: “Essa homenagem nos enche de orgulho pelo reconhecimento ao papel que essa fundação pública tem no desenvolvimento científico e tecnológico do estado. Então, em nome de todos os que fazem a Fapeal, servidores, colaboradores e bolsistas, agradecemos ao professor Adriano Aubert e desejamos sucesso na utilização desse novo equipamento astronômico, e que ele sirva principalmente para despertar a curiosidade e interesse de nossos jovens, e que tenhamos muito mais jovens cientistas em Alagoas”, comemora o gestor.
“É um hábito nosso, o de denominarmos os instrumentos e observatórios homenageando pessoas e instituições que foram decisivas para a aquisição ou construção dos equipamentos. A origem desse hábito está no estudo da história da Astronomia. É uma forma de mantermos viva a lembrança do apoio e valorização à difusão da Astronomia”, comentou Aubert, que um dos principais responsáveis pela existência e cultivo de uma comunidade de astrônomos amadores em Alagoas, além de atuar na formação de iniciantes e no encaminhamento de estudantes universitários para esta área, nos programas que existem fora do estado, especialmente no Rio de Janeiro.
Curiosidades Científicas
“Com a ajuda do senhor Severino Fidelis, membro do CEAAL, que nos cedeu um conjunto de elevação, concluímos, o telescópio refletor newtoniano, de 135 mm de abertura, F/7,26. A montagem é dobsoniana feita com compensado de 15 milímetros”, explicou ainda o físico, que possui mestrado em Meterologia, pela Universidade Federal de Alagoas.
A montagem dobsoniana é uma estrutura leve, para telescópios, de baixo custo, de fácil construção e fácil de usar, feita com materiais simples. Devido a essa simplicidade de manuseio e construção, é muito popular entre os astrônomos amadores. A disposição óptica utilizada é de tipo newtoniano, denominada dessa forma graças a uma inovação tecnológica no uso de espelhos esféricos côncavos como objetivas, realizada por Isaac Newton em 1688, que o tornou, até hoje, um dos telescópios amadores mais populares em todo o mundo.
Saiba mais
O Centro de Estudos Astronômicos de Alagoas (CEAAL) é uma entidade civil sem fins lucrativos, fundado em 1989, composto por profissionais e estudantes de diversas áreas, com o objetivo desenvolver atividades de divulgação, ensino e pesquisa em Astronomia. Por seu trabalho junto à comunidade, o CEAAL recebeu os títulos de Utilidade Pública, com lei municipal em 2007 e lei estadual em 2008.