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Fapeal promove debate sobre o SUS no CAIITE

Gestores Públicos e Pesquisadores se unem pela saúde pública

Duas das 30 pesquisas selecionadas na última edição do PPSUS, em 2013, já estão em fase de implantação no Estado, graças ao apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a colaboração das secretarias municipais de saúde
Fátima Lima, gerente de Ciência,Tecnologia e Inovação da Sesau, em debate sobre o PPSUS no Caiite

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) promoveu debate sobre o Programa de Pesquisas para o SUS (PPSUS) como parte de sua programação no Congresso Integrado de Inovação e Tecnologia (CAIITE), intitulado “PPSUS: Resultados e Implantação na rede de saúde pública em Alagoas”, que contou com gestores públicos, estudantes e pesquisadores.
Promover a gestão compartilhada em saúde é o lema do Programa do Governo Federal, sendo parceiros no PPSUS a Fapeal, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), o Ministério da Saúde e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Outro aspecto, é que as pesquisas do PSSUS, desde sua concepção, devem levar em conta as necessidades da rede pública, de acordo com as especificidades de cada estado.
Duas das 30 pesquisas selecionadas na última edição do PSSUS, em 2013, já estão em fase de implantação em no Estado, graças ao apoio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e a colaboração das secretarias municipais de saúde.
São elas “Distúrbios da diferenciação do sexo em Alagoas: abordagem clínica no SUS”, coordenada pela pós-doutora em psicologia Susane Zanotti e “Fendas Orais no SUS / Alagoas: definição de modelo para referência e contrarreferência em genética”, coordenada pela médica geneticista Isabella Monlleó, ambas ligadas à Ufal, no âmbito do grupo de pesquisa “Prevenção e atenção à saúde de pessoas com defeitos congênitos no SUS”.

Ações
No CAIITE, foram apresentados o histórico e as perspectivas de ambas, cujo modelo de atuação, no momento, envolve 59 profissionais e gestores atuantes em núcleos de saúde familiar e equipes de atenção básica.
As pesquisas tratam de condições raras, com as quais as pessoas já nascem, cujo diagnóstico correto necessita de investigações genéticas, feitas no Hospital Universitário, e que daí por diante irão demandar atenção específica.
A ambiguidade genital se caracteriza como uma emergência pediátrica, em que não se pode afirmar se o recém-nascido é menino ou menina. “Isto propicia o surgimento de problemas psicológicos e sociais para o paciente e sua família, explica Susane Zanotti”.
Já no caso das fendas orais, é importante diagnosticar se o problema é isolado ou se trata de uma das manifestações de alguma síndrome.
A metodologia de ambos os trabalhos prevê, entre outras ações, capacitações para os profissionais que podem se deparar com este tipo de situação e orientações para as famílias.

Perspectivas e Desafios
A base de dado de Alagoas sobre fendas orais é ligada à base de dados nacional sobre a condição. A doutora Isabella Monlleó e sua equipe ganharam o primeiro lugar entre 15 concorrentes no prêmio “Genética para Todos 2015”, promovido pelo 27º Congresso Brasileiro de Genética Médica, que ocorreu em batueri, SP, no mês de junho.
A pesquisadora acredita que os bons resultados no SUS de Alagoas significam que a articulação de serviços básicos especializados pode se tornar uma política de saúde pública, e servir de modelo para a abordagem de outras condições genéticas. “É preciso que se invista em pessoal, precisamos avançar nisso”, esclareceu.

Governo
Fátima Lima, gerente de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Sesau, explica que o orgão promove uma análise da situação em saúde no Estado, e que é importante passar este contexto, para nortear os pesquisadores das situações reais e das necessidades prioritárias.
Isso é feito na Oficina de Prioridades, um evento que antecede o lançamento dos editais do PSSUS, elegendo os temas prioritários a serem pesquisados. A próxima vai acontecer nos dias 9 e 10 de setembro.
Quanto aos resultados “queremos levar essas ações adiante, para enraizarmos nos municípios”, concluiu Fátima.

A coordenadora de projetos especiais da Fapeal, Juliana Khalili, afirma que este é um dos programas mais importantes da Fundação. “Nosso cuidado neste momento é que haja um equilíbrio entre pesquisadores das instituições de ensino superior e gestores de saúde presentes na oficina. É essencial que na oficina haja um balanceamento de temas, entre os interesses da academia e as prioridades do Estado”.