Com investimento em R$ 4 milhões, o Programa de Pesquisa para o SUS cresce e consolida a comunidade científica alagoana como padrão exitoso nacional
Tárcila Cabral
Pesquisa científica e Sistema Único de Saúde (SUS). Esta é uma combinação alagoana não somente eficiente, como também um modelo exitoso de se ver. O fato ocorre graças ao trabalho sistemático da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), que atua no progresso de estudos para a rede pública de saúde. Desde 2001, a Fundação introduziu o estado no âmbito do SUS, assim que a primeira edição de um programa-piloto federal, intitulado Programa de Pesquisa para o SUS (PPSUS), foi habilitado.
O edital aportava recursos através do Ministério da Saúde (MS), promovendo uma cooperação técnica entre Fapeal e Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) num modelo de gestão compartilhada. O papel da Fundação era de articulação, captação e direcionamento de recursos de pesquisa às áreas estratégicas da saúde alagoana. No entanto, o seu diferencial sempre foi trabalhar em conjunto aos pesquisadores na estruturação de eixos e linhas temáticas do estudo.
Com o incentivo da Política Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, a partir de 2004 o Brasil já desenvolvia uma agenda abrangente de prioridades de pesquisa para o SUS. Estas abordagens de análise são elaboradas pelos acadêmicos e avaliadas pelos gestores do edital. A finalidade é dar visibilidade às práticas teóricas, atendendo as demandas práticas do SUS.
Para apoiar a atividade de análise e produção temática, os recursos injetados pelos órgãos parceiros são fundamentais. No último edital do PPSUS, foram depositados R$ 2 milhões em subsídios, mas o valor a ser aplicado na próxima chamada será duplicado.
Durante a cerimônia da Oficina de Prioridades do PPSUS, na última terça, 05, a coordenadora nacional do programa, Marge Tenório, anunciou investimento de R$ 4 milhões para a edição 2020, um aumento em 100% do orçamento.
Segundo a coordenadora, este aumento no financiamento implementará novas atividades que agregam ao conhecimento científico. Os recursos vão gerar um crescimento elevado ao SUS local, trazendo benefícios qualitativos ao desenvolvimento da pesquisa:
“O investimento certamente terá impacto importante, especialmente porque Alagoas já possui uma comunidade científica que adere muito bem ao programa PPSUS e entende sua filosofia, que é dar uma devolutiva da pesquisa para a sociedade”, frisou a gestora.
De acordo com Marge, o amadurecimento na comunidade científica auxilia, inclusive, na captação de recursos. O escopo ampliado a partir do aumento de recursos só foi possível graças ao empenho local na gestão do programa. Afinal, compreender e unir os temas acadêmicos e práticos não é uma tarefa exatamente fácil para Fapeal e Sesau, mas que proporciona um grande progresso.
No comando da gestão da Fapeal, a assessora científica de Projetos Especiais e Inovação, Juliana Khalili, relembra como o programa cresceu e se consolidou em meio as grandes áreas fundamentais da pesquisa local. Alagoas já desempenha um padrão exitoso a nível federal, e, frequentemente, é convidado a dialogar com outros estados sobre suas execuções de pesquisas eficientes para o SUS:
“O estado participa desde a 1ª edição do PPSUS, portanto, a Fapeal já viabilizou seis versões do edital e tem larga experiência. Durante estes quase 20 anos de existência, 137 pesquisas puderam ser financiadas e trabalhadas dentro do SUS alagoano. O momento agora é de preparação para a 7ª edição”, explica a cientista política.
O técnico da Gerência de Ciência e Tecnologia da Sesau, Tobias Barreto, também expôs o seu ponto de vista na Oficina de Prioridades. “A função do PPSUS é a pesquisa aplicada, ou seja, que as produções atendam as prioridades de saúde dos alagoanos e contribuam com o cuidado ao usuário do SUS”, explicou o técnico.
Tobias tem um diálogo próximo aos acadêmicos, estes estudos são construídos muitas vezes fora do laboratório e preenchendo sua rotina com a dissolução de dúvidas em sua sala na Sesau. A frente da gerência, ele atende frequentemente os estudiosos realizando uma ponte com o lado factual da pesquisa.
Agora, para as instituições, o momento é de dar continuidade aos trabalhos de exploração e análise. Os acadêmicos se encontram reunidos em dois painéis, iniciados na última terça (5), para elencar as áreas prioritárias do próximo edital. O intuito é fornecer equidade aos temas da rede pública de atendimento aumentando assim a área de atuação do edital.