Em entrevista, diretor fala sobre editais abertos pela Fapeal e papel do Estado na Ciência e Tecnologia
O diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), professor João Vicente Lima, concedeu entrevista nesta quarta-feira (29) ao jornalista Marcos Guimarães, da Rádio Difusora. O assunto foram as realizações dos seis primeiros meses de gestão, os editais abertos e projetos da fundação para os próximos meses.
Vicente falou sobre o edital do Pibic Jr, que oferece 204 bolsas para estudantes de ensino médio da rede pública estadual desenvolverem pesquisas com orientação de um professor na Universidade. “A gente aposta muito que esse é um momento na vida do adolescente de despertar de vocações, de interesses, e que é decisivo”.
As bolsas são para Maceió e interior e os projetos a serem desenvolvidos podem ser em qualquer área do conhecimento. O resultado da seleção sai até o final da primeira quinzena de agosto.
Para o diretor, não falta talento em Alagoas. “No campo do conhecimento, da ciência, da tecnologia, da inovação, e eu incluo as artes e todo o movimento cultural de uma qualidade muito grande e muito pouco conhecida da comunidade”, disse. Para ele, o papel do Estado é justamente criar os mecanismos “para que esse menino, desde o ensino médio, se desenvolva na direção do conhecimento”.
Ele também ressaltou a importância do crescimento dos programas de pós-graduação em Alagoas. “São programas muito qualificados, com professores de alto nível, e alunos que vão interagir num ambiente desse que nós chamamos de fronteira do conhecimento. Alagoas tem 33 programas desses, mais ligados à Ufal, mas precisamos fazer com que eles também cresçam nas universidades estaduais e nas privadas”, explicou.
Segundo João Vicente, a Fapeal oferta hoje cerca de 350 bolsas, mas a demanda é pelo menos do dobro. “O que é excelente, pois é desse universo de programas stricto sensu que tiramos os gestores pra atuar na Administração Pública e os melhores profissionais pra iniciativa privada”. Ele explicou que a Fapeal estimula as instituições, tanto públicas quanto privadas, a criarem seus cursos de alto nível e a construírem seus laboratórios, e ao mesmo tempo colabora na qualificação desses pesquisadores. “Estamos com um edital aberto para possibilitar a participação deles em eventos científicos. Nosso pesquisador precisa ser conhecido no Brasil e no mundo. Não só levar o conhecimento que ele faz aqui como aprender o que está sendo feito lá. Quando ele volta pra cá, o nosso ambiente de produção, de ciência, tecnologia e inovação fica ainda mais enriquecido”.
Ele ressaltou também a importância da realização de eventos científicos de grande porte para a economia de Alagoas. “A organização de eventos científicos deixou de ser um assunto somente de interesse da comunidade científica, pois movimenta de duas a quatro mil pessoas no caso dos de maior porte. Então nós queremos colocar Maceió no circuito dos grandes eventos científicos do País e transformar isso numa grande oportunidade, ao mesmo tempo que a gente também pode apoiar uma atividade econômica importante para o Estado e para o turismo”.
“O nosso grande desafio é a expansão desse grande projeto que é a sociedade do conhecimento em Alagoas. A fundação estadual tem um papel importante no sentido de animar e apoiar os pesquisadores, isso é fundamental pra gente pensar os novos caminhos do desenvolvimento do Estado. Sem conhecimento a gente não consegue e essa é uma diretriz deste Governo, que a gente consiga entender melhor os problemas pra atacá-los da melhor forma”, concluiu.