A rede do POP-AL, que é abrigada na Fapeal, alcançou um aumento de conectividade de 10 GB para 100 GB
Tárcila Cabral – texto
Fotos: Naísia Xavier e Creative Commons
Alagoas amplia conectividade para as instituições acadêmicas e agora vislumbra novos públicos através das ações do Ponto de Presença da Rede Nacional de Pesquisa (RNP) em Alagoas (POP-AL). A iniciativa, que visa disponibilizar 100 GigaBytes (GB) em conexão para a região, vai ampliar diversos serviços de rede, não somente para os estabelecimentos de ensino superior, pois espera se introduzir no escopo de novos órgãos e parceiros no estado e nos municípios alagoanos.
Abrigado na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas, o POP-AL atualmente já fornece conectividade para instituições de ensino superior públicas e federais e alguns parceiros locais, como a própria Fapeal. O relevante é que, até alguns meses atrás, a velocidade era fornecida através de um link de 10 GB de conexão, e agora, passou para 100 GB.
Fornecida pela RNP, a Rede Ipê oferece além de acesso à internet de qualidade, suporte a transmissão de grandes volumes de dados para projetos científicos e desenvolvimento de novas tecnologias. E ela não é apenas a velocidade de tráfego para a internet, mas sim uma série serviços ofertados.
Assim, no rumo de novas ações, a RNP lançou o “Projeto Nordeste Conectado”, que passou a ser desenvolvido nos nove estados e contemplou o POP-AL.
“Todos os nossos clientes hoje estão a 1 GB no mínimo e a gente têm alguns clientes como, por exemplo, a própria Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que está a 10 GB. Então, a nossa ideia é que todos os clientes tenham pelo menos no mínimo esse link de 1 GB e, clientes maiores, 10 GB”, explicou o analista de operações sênior da RNP, Bruno Cavalcante.
O relevante desta rede são os diversos benefícios produzidos pela conexão que viabiliza serviços de videoconferência, operações de Voip – que concede acesso a ligações pela internet –, a massificação de informações de modo superior ao disponibilizado anteriormente, entre outros recursos.
Esse montante rico de serviços comprova a relevância da rede, pois com um link mais fraco, seria difícil atender a tais demandas, principalmente com a quantidade de clientes existentes. Hoje, o POP-AL possui 32 clientes e a sua métrica de expansão é para 208. Com a expansão, é possível consegue ampliar o rol de produtos ofertados com a conexão que se tem, e mesmo com os 32 clientes é possível utilizar em média 10% dos 10 GB.
“Com 100 GB, eu consigo uma folga bem tranquila para novos clientes, novos parceiros, inclusive o mais recente que a gente está trazendo, a própria Secti, o Polo, está conectando com a nossa rede e isso também vai também permitir a ciência e tecnologia que se amplie essa conexão. Por isso acho que é um ganho muito expressivo para a comunidade acadêmica, do estado como um todo”, afirmou o analista sênior, se referindo ao Centro de Inovação do Polo Tecnológico (CIPT), gerido pela Secretaria de Estado da Ciência, da Tecnologia e da Inovação.
O intuito da RNP com esse upgrade é propor uma ampliação desse perfil, que era mais acadêmico e agora está migrando para parcerias com órgãos dos municípios e do Governo do Estado, a partir da entrada de algumas secretarias nesta cooperação.
A iniciativa foi originada com a criação de uma nova estrutura que se chama ‘Sistema RNP’, que deverá permitir que as instituições ingressem nela e tenham acesso a recursos avançados. “A RNP já apresenta alguns projetos de Cloud, de WebConf, então são pacotes que essas estruturas vão poder absorver e vão fazer parte dessa rede também que está sendo montada”, frisou o analista de sistemas da RNP Fernando Souza.
Para o interior do estado a proposta atinge os parceiros com muito mais impacto, pois a maioria dos clientes geralmente contava com conexões de 10 megabytes (MB), 4 megabytes (MB), e hoje poderá ser disponibilizado 1 GB para cada um.
Consequentemente, a região se transforma drasticamente no sentido de dispor de mais conectividade e de levar mais acessibilidade para um número maior de pessoas. Isto também se torna uma vantagem, pois no agreste e sertão normalmente são contratados serviços de conexões locais de internet. No entanto, se aderirem à rede ofertada pelo POP-AL não serão oportunizados apenas com internet, mas também com outros serviços.
Implantação do projeto
Atualmente a iniciativa se encontra em 80% de sua finalização e efetivação. Segundo Bruno Cavalcante, a estrutura já conta com a primeira perna totalmente funcional, assim os 100 GB já estão em funcionamento, só que em um único lado da rede. Como são dois sistemas atuantes, tudo indica que até o primeiro semestre de 2022 a estrutura esteja com os dois lados em funcionamento e mais um reserva temporário, que são os 10 GB que a rede tem hoje.
“Então eu vou ter 100 GB, 100 GB e 10 GB, três circuitos diferentes, e esses circuitos vão nos possibilitar uma conexão de 100 GB mesmo, ou seja, se uma cair a outra mantem-se e você continua a 100 GB. Hoje não, hoje se os 100 GB cair eu só fico a 10 GB, eu só tenho 100 GB e 10 GB. Então a gente vai conciliar até o primeiro semestre do ano que vem 100% da ação dos 100 GB na rede”, pondera Bruno Cavalcante.
Alagoas na dianteira
Alagoas também ocupa uma posição estratégica no ranking dos POPs, o estado entrou num perfil da RNP de programas de excelência em que integra diversos projetos inovadores que são iniciados, como é o caso da iniciativa de 100 GB.
Atualmente menos de seis estados estão inseridos no programa dos 100 GB, mas o POP-AL sempre está atuando nas novidades de conectividade e pesquisa graças ao emprenho dos gestores e de toda a equipe, que ao longo dos anos conseguiu um respaldo, um respeito pela RNP. Isto coloca não somente o POP-AL em evidência, como traz oportunidades da rede para toda a região que passa a desfrutar das últimas iniciativas tecnológicas disponibilizadas.
“A gente acabou ganhando essa ação e a oportunidade de trazer para os nossos clientes uma velocidade superior e uma estrutura melhor, porque também não é só velocidade, vêm junto equipamentos e vêm junto investimentos, como o que a gente fez agora”, conclui o analista de operações sênior.
Hoje, Alagoas, em termos de conectividade está à frente de estados como Rio de Janeiro e São Paulo, e isso é um reflexo também do “Projeto Nordeste Conectado” que viabilizou essa configuração e possibilitou o upgrade. Neste momento, a expectativa se volta a concretizar os dois lados da rede até o primeiro semestre de 2022.