Evento trouxe gestores federais do comércio estrangeiro, para cambiar interlocução dos negócios locais
Tárcila Cabral
Foi promovido na manhã desta quarta, 09/03, o Workshop ApexBrasil/AL, um evento que visou aumentar a interlocução das empresas alagoanas com o comércio estrangeiro. As palestras foram viabilizadas através da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), em conjunto com a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), que convidaram a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) para prospectar esse diálogo e analisar cooperações.
O Workshop reuniu empreendedores, inovadores, pesquisadores e gestores em torno de aproximar os negócios alagoanos das políticas e mecanismos de exportação. A primeira exposição foi do analista de negócios internacionais da ApexBrasil, Ulisses Júnior, que abordou o Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX).
“A gente está entendendo que atender uma empresa de software é muito diferente de atender uma empresa de alimentos, calçados, móveis. Por isso, uma coisa recente que estamos passando com o PEIEX é o que chamamos de especialização por setores. Então, o que estamos conseguindo fazer é ter um atendimento diferenciado de empresas para os seus mais variados setores”, frisou o analista.
O profissional acrescentou que a Agência está completando 25 anos, na missão de promover o Brasil mundo afora. Para isso, a instituição dispõe de uma presença internacional, através de seus 13 escritórios espalhados pelo globo, e também em função do vínculo com o Ministério das Relações Exteriores, que promove a participação da Apex em mais de 120 países, por meio dos serviços de embaixada.
O segundo palestrante da Agência, Eros Ramos, já iniciou sua fala questionando quem já conhecia o trabalho da organização e fazendo uma provocação: “Se vocês desejam ganhar sobre os serviços e produtos vendidos em dólar ,vocês estão no lugar certo”.
O profissional explicou que a Apex desenvolve os projetos setoriais para o Brasil em conjunto entidades executoras, o que significa que a organização cria o projeto, define a estratégia junto a entidades de representatividade do setor no Brasil, que no caso são as Softex, e estas instituições executam o projeto setorial.
“Softex” é uma organização sem fins lucrativos, com o objetivo de promover o desenvolvimento de software e a expansão da área de tecnologia no Brasil. Alagoas não possui ainda uma entidade dessas alocada, mas Eros Ramos mencionou que a gerente de projetos da Softex afirmou que está em fase de negociação para ser aberta uma sede na região.
Acrescentando às palestras do evento, a assessora Científica de Projetos Especiais e Inovação da Fapeal, Juliana Khalili, conduziu uma apresentação sobre as políticas de inovação em Alagoas. Ela ressaltou que os investimentos no setor de Inovação alagoano tem corroborado substancialmente para um cenário transformador:
“Temos recursos sendo aplicados nas universidades, com pesquisa, ou diretamente nas empresas, com os nossos editais de subvenção econômica. Com isso nós conseguimos diminuir o gap, o espaço entre academia, empresa e governo. Esses editais têm sido uma grande força nesse sentido”, afirmou a gestora.
Neste tópico, o diretor-presidente da Fapeal, Fábio Guedes, que compôs a mesa de abertura do evento, frisou que o momento reflete o trabalho intenso da Fapeal e Secti em busca da atualização do ecossistema inovador no estado:
“Conseguimos avançar e desenvolver o ecossistema de Inovação, Ciência, Tecnologia, que já vinha sendo desenvolvido há vários anos, mas que precisava também se conectar com o que de novo já acontecia no Brasil nesse campo, que é muito importante para que o país possa dar um salto de qualidade. A equipe tem extrapolado as fronteiras de Alagoas para poder criar relações institucionais que permitam a atração de recursos e também as possibilidades criadas através das conexões institucionais consolidadas”, abordou o presidente.
Esse workshop também se inclui dentro de um rol de atividades que estão sendo realizadas pela Fapeal nos últimos anos, que representa um conjunto de ações que tem posicionado Alagoas em outro patamar no fomento à Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), segundo pesquisa desenvolvida pelo Conselho Nacional das Fundações de Amparo à Pesquisa (Confap).
Esta jornada intensa e frutífera foi também apontada pelo secretário da Secti, Sílvio Bulhões, ressaltando a consolidação das parcerias implementadas junto à Fapeal no desenvolvimento de todo o ecossistema de educação e meio científico:
“Esse empreendimento aqui, o Centro de Inovação é o principal espelho de um novo momento, que a CT&I aqui em Alagoas vive. E é importante destacar que esse Workshop vem num momento muito favorável, mas destacando um pouco além da ciência, destacando o que tem sido feito no apoio ao empreendedorismo, no apoio ao ecossistema de inovação, nós temos lançado uma série de programas que hoje já são consolidados que permeiam todo o ecossistema. Desde o iniciozinho, na trilha do empreendedorismo, dando a oportunidade aos empreendedores alagoanos de tirar as suas ideias do papel e transformá-las em negócios de sucesso”.
Completando as falas institucionais, o representante da região nordeste da Apex Brasil, Sérgio Ferreira, frisou que, apesar das dificuldades a aproximação entre a organização e o estado inicia um movimento importante para o empreendedorismo local.
“Existem muitos gargalos, mas a Apex está se empenhando em encurtá-los. Para no que for possível especialmente nos gargalos de promoção internacional, de capacitação, de qualificação para acesso a mercado internacional, nós pudermos auxiliá-los da melhor forma possível, principalmente do nosso programa para qualificação para exportação PEIEX. E espero que o que os colegas da Apex vão trazer seja de bastante assertividade, de grande valia, agregue valor para o ecossistema de inovação do estado como um todo”, frisou o representante.
A programação do evento ainda contou com a apresentação de pitches de seis empresas alagoanas contempladas em editais de inovação da Fapeal: Fernão Velho, Weni, Hidro Solo, Voisin, Toth e Ny Research. Este espaço serviu para mostrar a potencialidade e diversidade destes negócios enquanto o início de uma interlocução com parceiros comerciais.