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Fapeal em Revista apresenta: Da graduação ao doutorado

Pesquisadora Chryslane Barbosa defende a importância do fomento à pesquisa, e todo apoio concedido pela Fapeal, como algo de grande importância em toda a sua trajetória acadêmico-científica

Deriky Pereira com fotos de Jeroan Herculano

Chryslane em laboratório da Ufal

A carreira da pesquisadora Chryslane Barbosa caminha de mãos dadas com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal). Tudo começou aos 20 anos, quando ela ainda era estudante do curso de Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e recebeu sua primeira bolsa pela instituição, para dar os primeiros passos e atuar em um projeto de iniciação científica.

Neste projeto, Chryslane tratava da aquisição do conhecimento adquirido por meio da extração de óleos essenciais de plantas com ação medicinal descritas de forma empírica pela comunidade ou de forma científica da literatura. O objetivo era o de favorecer uma produção de mudas para a difusão das plantas em quintais e jardins de residências, em hortas escolares ou instituições onde se pudesse instruir didaticamente sobre os recursos vegetais da área para, assim, resgatar e preservar a memória cultural valorizando e preservando a biodiversidade.

“Durante minha graduação, tive uma das melhores ferramentas em mãos como inspiração, que foi a participação em projetos acadêmicos de iniciação científica como bolsista e voluntária, onde desenvolvi pesquisas voltadas para Educação ambiental, Etnobiologia, plantas forrageiras, silagem, química dos produtos naturais e princípios bioativos. Este último serviu de base para o desenvolvimento do meu Trabalho e Conclusão de Curso [TCC]”, recordou.

Chryslane nos contou também que os resultados das pesquisas renderam vários frutos, dentre apresentações em trabalhos e até premiações: “Os resultados obtidos durante as pesquisas realizadas foram divulgados em congressos, nacionais e internacionais e demais atividades acadêmicas científicas, além de renderem prêmios e publicação em periódicos”, disse ela, orgulhosa.

Segundo a pesquisadora, como outros estudantes podem apresentar o mesmo perfil no período de graduação, essa qualificação pode trazer diferencial para o currículo dos acadêmicos na busca por uma vaga no mercado de trabalho. “Essa produção científica possibilitou uma bagagem de conhecimento crítico reflexivo, além de fornecer um olhar mais abrangente a respeito de vários aspectos relacionados à minha prática profissional”, contou.

Rumo ao mestrado

Da graduação, Chryslane foi aprovada no mestrado em Proteção de Plantas do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em 2016. Para o mestrado, Chryslane também teve a Fapeal ao seu lado. Por meio do Governo de Alagoas, a Fundação financiou a pesquisa da estudante com bolsa na dissertação orientada pela docente Lígia Sampaio e coorientada pelo pesquisador João Gomes da Costa, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Este projeto foi elaborado visando a capacidade de expansão das plantas daninhas em diferentes áreas agrícolas, promovendo a diminuição da produção e causando prejuízos econômicos. Segundo Chryslane, uma das formas de manejo cultural dessas plantas daninhas seria a utilização da alelopatia, que ocorre através do mecanismo no qual as plantas em função de sua composição química exercem efeito positivo e/ou negativo sobre outras plantas, desempenhando papel primordial na minimização de impactos na agricultura.

A pesquisadora Chryslane Barbosa

“Toda a produção científica serviu de base para construção do currículo profissional que foi primordial para meu ingresso na pós-graduação, especificamente no Mestrado em Proteção de Plantas, onde tive a oportunidade de desenvolver pesquisas com ênfase na fisiologia das plantas e Ecofisiologia da germinação de sementes. E a bolsa nesse período foi um grande incentivo, principalmente porque tive que me deslocar de Arapiraca para Maceió e todas as despesas com a parte metodológica experimental, desde o campo ao laboratório”, recordou a bolsista.

Graduação, mestrado e doutorado: (quase) sem parar

E da graduação para o mestrado ela não teve descanso. Chryslane foi a primeira da turma a colar grau após ter sido aprovada para a pós-graduação enquanto finalizava o curso na Uneal: “Durante o mestrado desenvolvi meu experimento de bancada no laboratório de Recursos Naturais, lá tive a oportunidade de conhecer a linha de ecologia química e o Programa de Doutorado da Renorbio [Rede Nordeste de Biotecnologia], fiz uma pesquisa detalhada sobre o programa e me identifiquei tanto com a linha como também com o Programa”, contou.

Após se interessar pela temática, ela fez seu corre: “Tive 30 dias de intervalo do mestrado para o doutorado que serviu para escrever o projeto e emitir o diploma do Mestrado. O início do doutorado foi em julho de 2018. O período foi corrido e intenso, mas no final tudo acabou sendo gratificante e enriquecedor”, celebrou a pesquisadora, que hoje desenvolve o doutorado pela Renorbio onde o Governo de Alagoas, por meio da Fapeal, também está presente.

“O incentivo da Fapeal durante o doutorado tem sido essencial, não só como base para o desenvolvimento do meu projeto de pesquisa – que vai da coleta de campo à bancada no laboratório – como também tem fortalecido e ampliado minha rede de inter-relações, visto que desenvolvo um projeto que tem como parceiro uma empresa na Região Norte do Pará, possibilitando um leque de conhecimento acerca do empreendedorismo e de sua importância para formação de todo profissional que sai da academia” – Chryslane Barbosa.

A tese, orientada pelo professor Euzébio Goulart, foi pensada em virtude da ocorrência de insetos praga em plantas da família Arecaceae são fonte de renda para muitas regiões brasileiras e visa determinar os semioquímicos envolvidos na interação intraespecífica para obter uma alternativa de controle dessas pragas nas espécies: “Atualmente, muitas [espécies] vêm sofrendo grandes perdas na sua produção devido à presença de insetos praga. E uma das maneiras de controlar a expansão das pragas na cultura é através do uso de semioquímicos como feromônio, uma alternativa que não provoca danos ao meio ambiente e a matéria prima”, disse ela.

Importância do fomento à pesquisa

Para a pesquisadora, o auxílio financeiro – tanto via Fapeal quanto Capes – foram e são de grande importância em sua caminhada científica. “As bolsas corroboraram de forma positiva no meu crescimento profissional e expansão do conhecimento científico que adquiri, aperfeiçoando assim o desenvolvimento de minhas habilidades e novas formas de colaboração em equipe”, salientou.

Chryslane destaca o apoio da Fapeal em sua jornada

Chryslane recordou que os programas de iniciação científica (Pibic) e à docência (Pibid) nos quais esteve inserida enquanto estudante foram de grande valia para sua carreira. “Foi uma oportunidade única. Tais programas são primordiais para incentivar jovens discentes na busca por conhecimento, garantindo a construção de uma identidade profissional”, comemorou.

No entanto, a jovem refletiu também sobre os desafios de se fazer pesquisa no contexto atual: “Durante o período de pandemia senti a necessidade de me planejar melhor, pois nunca se sabe quais imprevistos podem ocorrer no meio do caminho. O planejamento está relacionado às estratégias metodológicas pensadas para a pesquisa e como modificá-las caso dê errado, o famoso plano B”, disse.

Assim, defende a jovem, a ciência não pode parar:

“A ciência é o que mantém e fortalece a pesquisa no mundo e esses desafios não devem fazer com que ela pare e sim que seja revolucionária e imposta de forma concreta em sociedade. Dessa forma, a Fapeal e a Capes têm sido grandes incentivadoras para o desenvolvimento das pesquisas que realizei e estou realizando, pois tem proporcionado maior credibilidade para os trabalhos produzidos” – Chryslane Barbosa.

Vale reforçar que a jornada de Chryslane Barbosa também é destaque no Minutos da Ciência desta semana. Você pode clicar aqui e ver pelo Instagram. Já neste link pode assistir pelo YouTube – e quem sabe até pela TV.