Apoiada pela Fapeal, a Bidecos desenvolveu a tecnologia de uma pomada para prevenção de assaduras completamente natural, vegana e sem cheiro
Tárcila Cabral
Fortalecer o empreendedorismo feminino. Essa é uma pauta prioritária dentro da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) que, encorpando a temática de mulheres líderes de negócios no mês de março, traz a história da Bidecos, marca de bio dermocosméticos alagoana que inova nos benefícios de sua tecnologia.
Uma das fundadoras da empresa, Paula Renée, cita que a startup teve início a partir de uma necessidade própria dela e de seus amigos, que ansiavam por produtos dermatológicos com apelo sustentável. A engenheira química e o seu círculo compartilhavam de um gosto em comum: o interesse por itens naturais, orgânicos e veganos.
A estudiosa observou que este também era um nicho crescente no mercado, e foi visando atender a essa demanda que nasceu a Bidecos. O seu foco era direcionado então à área de bio dermocosméticos, ou seja, artigos naturais destinados aos cuidados com a pele, pois possuem ativos e substâncias que podem ser usados em diferentes tratamentos dermatológicos.
Mercado em expansão
O setor de dermocosméticos no Brasil tem tido uma onda crescente nos últimos anos. Segundo pesquisas da NielsenlQ/Ebit realizadas no primeiro semestre de 2022, o mercado contou com um crescimento de 24% em relação a 2021.
A demanda foi tanta que a área passou a ocupar o segundo lugar em termos de aumento na intenção de compras de produtos do setor de beleza e autocuidado. Os apontamentos assim coincidiram com o interesse das estudiosas, por produzir itens voltados ao cenário natural e de cuidados dermatológicos.
Neste cenário, foi formatando a ideia que a gestora soube da oportunidade do edital Centelha. A Fapeal divulgou a iniciativa dentro do Centro Universitário Cesmac e, a partir disso, a fundadora despertou para a possibilidade. A chamada tem como objetivo transformar ideias inovadoras em startups de sucesso.
Logo, com o edital aberto, Paula Renée e mais três sócios, Renalva de Macedo, Mariana de Costa e Paulo André de Lima, tiveram o interesse em submeter a ideia de uma pomada de prevenção contra assaduras, sem cheiro, vegana e natural. O produto seria promovido também como o artigo de lançamento da marca, que iria introduzir a Bidecos no mercado e levar a inovação para os consumidores.
Empoderamento: quadro feminino majoritário
Paula Renée, engenheira química, cita que o setor é complexo para pequenas empresas ascenderem, especialmente para uma que é ocupada majoritariamente por mulheres. Porém, ela conta que tem driblado as dificuldades se aprofundando nos estudos e aproveitando os conteúdos apreendidos nas capacitações, mentorias e instruções oferecidas pela Fapeal.
A partir disso, a Bidecos terminou não sendo apenas uma startup liderada por mulheres, como possuindo um quadro feminino de 75% dentro de sua formação, o que se tornou motivo de orgulho para a fundadora.
“Falar de mulheres e liderança na mesma frase forma uma combinação natural hoje em dia, mas nem sempre isso foi realidade. Nossa empresa é 75% de mão de obra feminina, nós temos voz ativa e o respeito é nossa regra de ouro. Até hoje não tivemos problemas com fornecedores ou parceiros pelo fato de serem mulheres que administram a empresa, mas também nunca demos espaço para guerras de gênero”, explicou a estudiosa.
A inovadora compreende que hoje o mundo dos negócios está evoluindo e isso é uma conquista considerável para a classe, dispor de mais mulheres ocupando posições de chefia. Afinal elas cresceram e estão superando os homens no número de empreendimentos abertos, pois dos 52 milhões de empreendedores existentes hoje no país, 32 milhões deles são mulheres, segundo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Portanto, mesmo com todos os obstáculos fazendo parte desta trajetória, a gestora aborda que houve incentivos importantes que auxiliaram a empresa a estruturar os seus itens. O apoio da Fapeal foi um deles, de acordo com a gestora os recursos se tornaram primordiais para dar suporte a startup, incentivando-a a prosseguir:
“A lista de alvarás, licenças e normas obrigatórias é enorme e tudo isso tem um preço alto a ser pago. Sem o incentivo financeiro do Centelha, a Bidecos nunca teria saído do papel. Não somente pelo apoio financeiro, mas também por toda a mentoria que tivemos durante a execução do projeto que foi fundamental para definição do nosso plano de negócio”, abordou a empreendedora.
Desta forma, as expectativas para os gestores da startup estão voltadas à evolução dos produtos e à comercialização deles no mercado alagoano, principalmente com a pomada desenvolvida através do apoio da Fapeal. A empresa já deu início ao processo de vendas e pretende aportar o fluxo de caixa para um retorno em investimentos e o lançamento de novos produtos.