Enquanto isso, resultado de pesquisas da chamada anterior são debatidos por acadêmicos e gestores de saúde pública
Garantindo aportes à pesquisa, o Governo de Alagoas conseguiu que o Estado seja um entre os dez do país que conseguiram promover uma nova edição do Programa de Pesquisa Para o SUS (PPSUS).
A chamada vai englobar 44 linhas temáticas, nas quais as pesquisas devem ser inseridas. Elas representam cinco grandes eixos considerados prioritários para as necessidades do sistema público de saúde em Alagoas, de acordo com a avaliação prévia dos próprios acadêmicos e profissionais de saúde que atuam no estado e são quem melhor conhece os problemas a serem enfrentados. São eles: 1) Saúde de populações específicas e vulneráveis; 2) Epidemiologia; 3) Saúde, ambiente, trabalho e biossegurança; 4) Bioética, gestão do trabalho e educação em saúde; e, 5) Avaliação de tecnologias em saúde e sistemas e políticas de saúde.
Além da atenção específica às regiões, mais um diferencial das pesquisas do PPSUS é seu foco na aplicação prática: O edital compromete formalmente os pesquisadores a apresentarem os resultados de suas pesquisas, quando convocados pela Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau). Assim, os gestores da saúde pública estadual e municipal podem avaliar a incorporação de novos conhecimentos e soluções ao SUS local.
“A área sofre grande procura em razão dos acometimentos recentes de doenças como dengue, zika e chikungunya. Estes casos foram incorporados neste edital, contribuindo para que a comunidade científica utilize os R$2 milhões investidos pelas instituições, realizando estudos práticos e estratégicos”, explica Fábio Guedes, diretor-presidente da Fapeal.
O Zika vírus foi uma inclusão de emergência, mas também se encontram presentes linhas de pesquisas voltadas aos grandes desafios que ainda são representados por doenças crônicas, como câncer e HIV/Aids e pelos cuidados de saúde mental, em sua interface com fatores como uso de drogas, pobreza e violência.
Grupos de atenção específica como mulheres, idosos, trabalhadores de risco, adolescentes e poluções LGBT também estão citados nas linhas de pesquisa prioritárias.
O edital, no valor de R$2 milhões, está disponível no site da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas, www.fapeal.br e os pesquisadores já podem começar a submeter seus projetos através da plataforma SISC&T, do Ministério da Saúde. Dos recursos pactuados para a 6ª edição do PPSUS em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde custeou R$ 250 mil e a Fapeal, R$ 250 mil. O restante, é contrapartida do Ministério da Saúde, R$ 1,5 mi. O edital 2016 é resultado da parceria da Sesau, Fapeal, MS e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Gestão — “Nós estamos depositando neste novo edital o mesmo aporte de recursos financeiros que colocamos no último lançado em 2013. Isto significa que realizamos um aumento dentro do financiamento do estado, pois o PPSUS em Alagoas é um modelo para outros estados do país, de como gerir o programa, devido principalmente à articulação da Fapeal e Sesau”, alega Augusto Barbosa, consultor técnico do Ministério da Saúde (MS).
A secretária da pasta da Saúde, Rozangela Wyszomirska, citou que o programa possui uma trajetória e o trabalho deve ter continuidade, expondo a importância fundamental que a pesquisa tem para todos os aspectos relacionados à saúde, não só de resultados e diagnósticos, mas da própria gestão.
“O modelo implantado serve de referência para o Brasil, mantendo a ligação da pesquisa e assistência da saúde. Eu já fui pesquisadora do PPSUS, e participei como docente. Garanto que, apesar do grande desafio de financiamento, frente à disposição de recursos, o plano é caminhar e alinhar mais pesquisas e resultados”, atenta a secretária.
O evento contará ainda com a exposição dos seminários de avaliação final das pesquisas concluídas através do último edital, de 2013, que se iniciará nesta terça e segue até a próxima quinta, 2 de junho.
Neste momento, serão analisados resultados de estudos concluídos sobre temas variados, como estado nutricional de gestantes; o câncer bucal e sua epidemiologia; infecções transmissíveis ao feto; transtornos mentais através do uso do crack, álcool e outras drogas; entre outros.