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Pelo Dia do Servidor, Fapeal celebra a inclusão

Trabalho cultural de artistas transformistas e oportunidade de emprego para reeducandos estão entre as ações afirmativas da Fundação, em parceria com a Semudh e a Seris

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Integrantes do Grupo Cultural Transhow. Fotos: Tárcila Cabral

A atual gestão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) adotou entre os seus valores o respeito às diferenças. Isto também inclui oportunizar a dignidade conferida pelo trabalho a grupos excluídos das vias tradicionais da sociedade.

Em alusão ao Dia do Servidor Público, 28 de outubro, nesta quinta, 27, a Gerência Executiva de Valorização de Pessoas (GEVP) reservou uma hora do expediente para ações de conscientização com todos os seus colaboradores: efetivos, comissionados, bolsistas, terceirizados e reeducandos.

Um reforço no recado do Outubro Rosa, o início da conscientização sobre o Novembro Azul; uma introdução ao próximo levantamento das necessidades de treinamento, apontadas pelos próprios colaboradores e o aviso de uma capacitação interna sobre o sistema de convênios utilizados pelas administrações federal e estadual, o Siconv. Tudo isso na busca de uma melhor qualidade das condições de trabalho para o servidor público do estado de Alagoas, na Fapeal.

Mas, o ponto alto da programação foi uma apresentação do grupo Cultural Transhow. Apoiado pela Secretaria da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), esse grupo desenvolve trabalhos culturais que levam a arte transformista ao palco e dão oportunidade para que as travestis e transexuais tenham inserção na sociedade e no mercado de trabalho.

A artista transformista Natasha Wonderful explica que as artes cênicas servem como uma via de resgate para pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social, vivendo nas ruas, e interessadas em mudar a condição de profissionais do sexo.

“O teatro abre portas e quebra as barreiras de preconceitos, mas também incentivamos o estudo e a educação, porque sem isso nada muda de verdade”, explica a performer.

Numa apresentação contextualizada ao ambiente do serviço público, com muito bom humor, o grupo interagiu com os colaboradores, propondo duas reflexões: A primeira, sobre o papel deles como atores de teatro, independentemente do aspecto de transgeneralidade e transexualidade, porque é um potencial artístico que qualquer um pode escolher explorar.

E a segunda, sobre os tradicionais papeis no ambiente de trabalho, partindo da figura da secretária, e questionando a ambiguidade da posição tradicionalmente feminina, mas que também muitas vezes exige a adoção de uma postura estereotipada de mulher bonita, e enquadrada às exigências de padrões cosméticos e papeis socioculturais.

O grupo aproveitou a ocasião para convidar toda a sociedade alagoana a conferir o espetáculo “Estrelas Negras da Música Brasileira”, no teatro de arena anexo ao Deodoro, no dia 12/11, às 19h30. O custo inclui um ingresso no valor de R$ 10 mais um quilo de alimento.

“O alimento será distribuído em forma de cestas básicas para famílias carentes muito necessitadas, no Vergel do Lago”, explica Natasha Wonderful.

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Auditório da Fapeal

Reeducandos

Na mesma proposta de atenção aos direitos humanos, desde julho de 2016, a Fapeal firmou convênio com a Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris), para empregar dignamente reeducandos do regime semiaberto. Em contrapartida, os custodiados terão suas penas remidas, ao passo em que recebem um auxílio financeiro indispensável a sua reinclusão no quotidiano social.

No momento, cinco reeducados trabalham na fundação, sendo duas mulheres e três homens, nas áreas de recepção, serviços gerais, manutenção predial e office boy.

“Para eles isto é um recomeço. Uma oportunidade de resgatarem a autoestima e se reinventarem na vida em sociedade”, explica Juliana Alencar, psicóloga atuante na GEVP da Fapeal.

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