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Com o apoio da Fapeal, iniciativas de pesquisa são impulsionadas no interior alagoano

Laboratório de Arapiraca pesquisa alternativas de melhor custo-benefício na alimentação de peixes comerciais

Quantos laboratórios de pesquisa científica você conhece em Alagoas? Esta pergunta parece complexa, mas poderia ser facilmente respondida por qualquer pesquisador, acadêmico ou até mesmo alunos de escolas de nível médio que listariam mais de um laboratório com o qual têm contato. Mas e quanto às pessoas no cotidiano da sua comunidade local?

 Desde 2015, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) vem operando para garantir subsídios não só à manutenção de laboratórios, como também para efetivar a presença de profissionais capacitados neles, especialmente na região interiorana. Este é o caso da doutora em Ecologia e Recursos Naturais, Kátia Santos, que soma ao quadro da Universidade Estadual de Alagoas (Uneal) e tem proposto pesquisas de impacto local.

 Em seu trabalho, a pesquisadora alia a vocação alagoana em piscicultura a uma alternativa para reduzir custos e beneficiar a nutrição de peixes. A cientista deu início a este projeto em 2016, ano em que o laboratório de Aquicultura começou suas atividades no Polo Tecnológico Agroalimentar de Arapiraca. Ela reuniu então uma equipe com três estudantes de graduação, incorporados como bolsistas, e deu seguimento à ideia de produzir uma ração para a alimentação de juvenis de tilápia a base de farinha de inhame e folhas de mandioca.

 Do estudo

A temática da pesquisa com tilápia foi motivada pela potencialidade da produção da região. Porém a equipe também pretende introduzir outras possibilidades de cultivo com espécies nativas, o que pode facilitar a adaptação.

 Além da tilápia, as análises iniciais também incluíram o tambaqui, porque são os peixes mais incorporados comercialmente. Contudo, a partir de resultados mais precisos do relatório final, poderá ter início um projeto de extensão que englobe a assistência aos produtores.

 “Nesta localidade nós sabemos da existência de alguns piscicultores pequenos, e a relevância deste projeto pode gerar uma orientação futura sobre a melhor forma de eles procederem com o menor recurso possível, com os peixes que eles criam”, explica a professora.

 O Polo Agroalimentar de Arapiraca detém a capacidade técnica de promover minicursos ou palestras, que orientem acerca da formulação da ração, que deve ser feita a partir do que eles já possuem no campo, reaproveitando o rendimento das culturas.

 A pesquisadora explica que nas propriedades rurais muitas vezes se faz a associação de piscicultura e agricultura, comprovando que é possível aproveitar como ração de peixes produtos que seriam normalmente descartados, por exemplo, inhame ou folhas de mandioca que não servem para ser comercializados.

 Perspectivas Futuras

No momento atual, o laboratório está abrigando somente esta pesquisa, que analisa dois tipos de alimentação animal para os peixes, mas que já ocupa duas grandes salas do Polo, visto que reúne cerca de 12 tanques com 360 juvenis de tilápia.

 O projeto desenvolveu uma ração animal a partir de duas bases, da farinha de inhame e folhas de mandioca desidratadas. O estudo deve ser concluído até o início de março deste ano. Posteriormente, devem ser redigidos alguns textos científicos para publicação e envio à revistas científicas, com a finalidade de levar os dados à discussão em eventos científicos, promovendo o conhecimento produzido no interior de Alagoas.

 Serão escritos artigos referentes aos sistemas de circulação que foram montados nos tanques do laboratório e também a respeito da formulação das rações.

 Estrutura

A pesquisa da professora Kátia Santos serviu para dar o pontapé inicial nos estudos desenvolvidos no Laboratório de Aquicultura, inserido no Polo Agroalimentar de Arapiraca, que, foi equipado com o apoio da Fapeal, em mais de R$10 mil.

 “Toda a montagem do laboratório e encanação, toda a construção da sala foi através do recurso da Fapeal com o complemento também do auxílio ao pesquisador fornecido pela Uneal”, frisa a coordenadora da proposta. A Fundação também auxiliou a pesquisa com duas bolsas do programa iniciação científica (Pibic), porém o estudo conta com mais um bolsista proveniente do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Pibiti).

 O espaço é utilizado principalmente pelo curso de Ciências Biológicas, tanto do Campus I de Arapiraca, quanto pelo Campus III de Palmeira dos Índios, onde pesquisadora profere suas aulas.

 Kátia Santos cita inclusive que o laboratório já prestou serviços à comunidade aferindo a qualidade da água num atendimento especializado, sem cobrança financeira. O espaço também é empregado na oferta de minicursos e eventos de pesquisa, sendo visitado por Institutos Federais, escolas e órgãos do Governo de Alagoas.